quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Câncer de mama x aumento de peso

Eu tive esse problema e vc?

Estudo mostra alta taxa de sobrepeso em pacientes com câncer de mama

Por outro lado, desnutrição foi um problema frequente em pessoas com câncer do trato gastrointestinal.
 
Agência Notisa – Os efeitos colaterais decorrentes do tratamento do câncer podem afetar significativamente tanto o estado nutricional quanto a qualidade de vida do paciente. No estudo “Estado nutricional e qualidade de vida de pacientes em tratamento quimioterápico”, publicado na Revista Brasileira de Cancerologia, do Instituto Nacional de Câncer, verificou-se alta prevalência de pacientes que apresentavam pelo menos um sintoma relacionado ao tratamento.

Náuseas e disgeusia (alteração de paladar) foram os dois sintomas mais relatados, informam os autores da Universidade Federal do Pará. Eles verificaram, por meio do IMC, que metade dos pacientes avaliados apresentava eutrofia (ação normal das funções nutritivas). Entretanto, a taxa de sobrepeso foi elevada (38,3%), sendo a maior frequência observada em pacientes portadoras de câncer de mama.

Os autores explicam que apesar dessa relação (câncer de mama X sobrepeso) ainda não estar totalmente esclarecida, ela pode ser associada tanto à ingestão alimentar inadequada, ao decréscimo de atividade física influenciado pela própria doença, à alteração da taxa metabólica basal ou menopausa quanto ao tipo de protocolo quimioterápico utilizado, que pode afetar diretamente a composição corporal dessas pacientes, uma vez que algumas medicações utilizadas em conjunto, como os glicocorticóides e terapia hormonal, promovem retenção hídrica e aumento de gordura corporal.

Também foi verificada a presença de desnutrição, principalmente, nos portadores de câncer do trato gastrointestinal (27,3%). “A desnutrição é muito comum em pacientes que apresentam câncer no trato digestivo, principalmente devido à baixa ingestão alimentar decorrente da sintomatologia e da presença do tumor, frequentemente, de caráter obstrutivo, que, além de prejudicar a absorção adequada do que é ingerido, impede a ingestão de alimentos em consistência sólida, que confere maior aporte calórico, se comparados a alimentos líquido-pastosos, melhor tolerados por esses pacientes na maioria dos casos, quando ainda conseguem se alimentar por via oral”, explica a equipe na publicação.

Para ler o artigo na íntegra, acesse: 
 
Agência Notisa (science journalism – jornalismo científico)

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Machucados, linfonodos e linfedemas

Eu moro perto do Batalhão da PM de Nova Friburgo (Isso mesmo, a cidade só tem um batalhão! Aliás, esse batalhão serve a não sei quantas outras cidades vizinhas... kkkk Um dia me acostumo... kkkk). Hoje, indo para o trabalho, me distraí com os soldados correndo e cantando aquelas musiquinhas (acho muito engraçado!), acabei tropeçando e levei um tombo horroroso! (vai, caçoa dos outros, que Deus castiga!)

A queda foi feia (vergonha! na frente do batalhão inteiro!!!), mas o estrago foi pequeno. O problema é que ralei a mão, e, como sempre acontece nessas ocasiões, machuquei exatamente o lado esquerdo, o operado. Para quem não sabe, durante a mastectomia pode ser feita retirada parcial ou total dos linfonodos (mais explicações abaixo). No meu caso, foram retirados somente os linfonodos sentinelas, mesmo assim os médicos me orientaram a tomar muito cuidado com o  braço esquerdo, para evitar o linfedema (inchaço do braço).

Na hora fiquei tão nervosa com a minha mão sangrando que nem aproveitei a paisagem daquele PM gatéeeerrimo que veio correndo me ajudar. Por que fui me preocupar tanto com a mão? Bem, que podia ter fingido uma torção no pé e pedido um colinho! (kkkk ok, maridão, ignore essa passagem kkk) Mas eu só conseguia pensar em como evitar um linfedema. Linfedema, não! Linfedema, não!

Fui até a farmácia mais próxima, fiz um curativo e liguei para minha amiga médica para confirmar se deveria fazer mais alguma coisa. Não, era só isso mesmo, manter o machucado limpo, protegido e observar se está cicatrizando normalmente.

Quer entender melhor o que são e como funcionam os linfonodos? Leia abaixo!


     
Os linfonodos ou gânglios linfáticos são pequenos órgãos compostos por tecido linfóide que se encontram espalhados pelo corpo, sempre no trajeto de vasos linfáticos.  Os linfonodos atuam como filtro da linfa, antes da mesma retornar ao sangue, cada grupamento linfonodal é responsável pela drenagem de determinada parte do corpo, um exemplo são os linfonodos axilares que recebem tanto a linfa da mama como do braço.

Os linfonodos atuam como filtro da linfa. Quando algum microorganismo invade o corpo, ele é detectado ao passar por um linfonodo e começa haver multiplicação das células de defesa (linfócitos).

Alguns tipos de cânceres têm como sua principal via de disseminação pelo corpo o sistema linfático, o câncer de mama é um desses exemplos. (Quando há comprometimento de um linfonodo por câncer ele também pode aumentar de tamanho.) O comprometimento dos linfonodos axilares é um dos principais indicadores da evolução da doença, logo a sua retirada e avaliação pelo patologista orientam o mastologista quanto à necessidade de outros tratamentos, como quimioterapia ou radioterapia, e também quanto a necessidade da retirada total dos linfonodos (em caso de comprometimento pelo câncer).

Durante a cirurgia, com a paciente ainda anestesiada, é realizada a biópsia de congelação (uma técnica de biópsia mais rápida, já que a paciente está anestesiada). Se o linfonodo estiver negativo, não se realiza o esvaziamento axilar.

Após a retirada dos linfonodos, as pacientes devem ter alguns cuidados (listados abaixo), a fim de evitar complicações. A complicação mais desconfortável para a paciente decorrente do esvaziamento axilar é o linfedema. Esse se manifesta com aumento do volume do braço (inchaço) e também pode ocorrer em diversos graus, desde alterações reversíveis e discretas até grandes inchaços com comprometimento da função do membro acometido.



quarta-feira, 31 de julho de 2013

E a careca da Nicole?

Há semanas venho pensando se escrevo ou não sobre a personagem Nicole (Mariana Ruy Barbosa), da novela Amor à Vida. Acabei tendo certeza de que precisava ao menos colocar minha indignação para fora, dada a forma como o autor Walcyr Carrasco vem tratando do assunto. A personagem cresceu nos últimos capítulos, tem mais falas e mais destaque na trama, entretanto continua tão rasa como quando começou.

Para quem não acompanha a novela, Nicole sofre de um câncer terminal (que eu não consegui descobrir qual é vendo a novela, precisei fazer uma pesquisa na internet para informar vocês), um linfoma. O problema é que só se fala do cabelo (e do dinheiro) da moça. Por mais que as pessoas sofram com a perda do cabelo durante a quimioterapia, muita outras coisas estão em jogo: a doença em si, como e porque se desenvolve, como se prevenir, como é realmente o tratamento, efeitos colaterais, reações emocionais... Quem tem câncer ou convive com alguém que tenha entra em universo paralelo totalmente desconhecido para os leigos e é um absurdo que o assunto seja tratado de maneira tão reducionista.



Bem, se Walcyr Carrasco queria tanto colocar os lindos cabelos de Mariana Ruy Barbosa em foco, que fizesse isso ao menos de maneira mais humana e realista.

1- Os cabelos caem muito, muito, de maneira que é inevitável cortar as madeixas, não é bem uma questão de escolha, é praticamente necessário. Eu demorei a raspar os meus e o couro cabeludo chegou a doer.

2- A cama fica coberta de cabelo, a roupa fica cheia de fios, se você passar a mão pelos cabelos com certeza vai ficar com eles nas mãos.

3- Então, é impossível fazer tranças, coques, etc. (Já a personagem apareceu com vários penteados para disfarçar as falhas, o que na vida real seria impossível, simplesmente porque ela ficaria careca!)

4- Tá bom ou quer mais? Que tal unhas quebradiças, inchaço, vômitos, prisão de ventre... Um pouquinho de verossimilhança não faria mal, não é mesmo?

Qualquer que fosse a escolha do enfoque a ser dado, uma vez tratado com o cuidado que o tema merece, o autor estaria prestando um serviço aos telespectadores. Da maneira como está sendo feito, é um desfavor à população e um desrespeito aos que têm a doença!

terça-feira, 16 de julho de 2013

De volta à vida

Parece que finalmente a tormenta passou! A quimioterapia acabou, a cirurgia de reconstrução foi um sucesso, retornei ao trabalho (quero dizer, comecei de fato) e me instalei com o maridão em um apzinho liiiiindooooooo!

As coisas estão indo tão bem que até consegui me controlar durante a cintilografia óssea! kkkkk Pra quem não sabe, a cintilografia exige que o paciente fique imóvel enquanto o aparelho faz uma varredura por todo o corpo e isso dura hoooooras! (horas emocionais, claro, porque na verdade são apenas alguns minutos). Eu tenho uma certa claustrofobia com aquele aparelho e tento me controlar, mas sempre acabo dando um chilique de pelancas. Choro compulsivamente, entro em desespero, grito para me soltarem (eles amarram nossos braços), um horror! Mas dessa vez foi diferente! Fiz o exame de primeira, fiquei tensa, angustiada, mas consegui me controlar direitinho!

Ah, o mais importante: o resultado do exame foi bem satisfatório! Menos dois pontos. E, ao contrário do trivial, na cintilografia, quanto menos pontos, melhor! No exame que detectou a doença óssea, foram registrados 7 pontos de metástase; no segundo,  5 pontos; e agora 3 pontos!

Minha onco disse que eu estou ótima e que as perspectivas são as melhores possíveis. Hoje eu me trato com o famoso tamoxifeno e tenho reagido muito bem a ele!

sábado, 13 de abril de 2013

Reconstrução - mais uma etapa de sucesso!

Queridos,

completei duas semanas de operada. A cirurgia de reconstrução foi um sucesso e corre tudo bem! Tive uma febrinha, o que deixou algumas pessoas preocupadas. A febre foi causada por uma pequena inflamação na mama esquerda, coisa à toa! Agora já está tudo perfeito, tenho até que me controlar para não me esforçar demais e prejudicar a recuperação. Segunda-feira tiro os pontos, ansiedade no auge!!!

Ah, não posso deixar de contar pra vocês, que a pessoa louca aqui esqueceu de levar os exames no dia da cirurgia! Eu levei os exames para 2 consultas com os plásticos, o chefe e o residente viram, anotaram, mas disseram que seria necessário que eu levasse para cirurgia mesmo assim. Depois de mostrar os exames para mais uns não sei quantos médicos, acabei tirando-os da bolsa e me esquecendo totalmente desse "detalhe irrelevante".

Já no centro cirúrgico de camisola e toquinha, o Dr. Rodolfo, do seu jeito sempre gentil, me deu a notícia de que, se a anestesista não aceitasse participar da cirurgia sem ver os exames, minha operação teria que ser remarcada. Hein? Surtei! Como assim? Quer matar o ser humano do coração?!

Eu disse que achava que a oncologista tinha anotado tudo no prontuário e que eles também  poderiam puxar os dados do exame de sangue no sistema. Ele alertou para o fato de que o risco cirúrgico não fica no sistema. Aí, me lembrei de que havia deixado o exame de sangue em casa, mas estava com o risco cirúrgico no leito junto a outros documentos. A anestesista, uma querida, que estava a ponto de aceitar fazer a operação sem ver os exames, já que o plástico garantiu que havia visto e estava tudo bem, ficou ainda mais tranquila com a chegada do exame cardiológico.

Ufa. Que susto. Passei por essa.

Bem, depois disso a anestesista veio conversar comigo, como é de praxe. Ela me fez algumas perguntas e disse que me daria um raqui. Não vou negar que fiquei com medo. Sempre tive pavor da anestesia geral, mas, depois de passar por duas, já estava convencida de que não teria problemas. Então, quando ela me apresentou essa novidade, bateu aquela insegurança: Será que vai doer? Será que vai ter efeito colateral? Não seria melhor a anestesia geral?

A anestesista, mesmo sem que eu dissesse nada, notou meu nervosismo e disse que traria seu "coração" para eu apertar. Minutos depois ela apareceu com com uma daquelas "bolinhas terapêuticas" em formato de coração. Então, até adormecer fiquei massacrando o coração da anestesista.

Muito bom estar sob o cuidado de profissionais tão atenciosos!