quarta-feira, 31 de julho de 2013

E a careca da Nicole?

Há semanas venho pensando se escrevo ou não sobre a personagem Nicole (Mariana Ruy Barbosa), da novela Amor à Vida. Acabei tendo certeza de que precisava ao menos colocar minha indignação para fora, dada a forma como o autor Walcyr Carrasco vem tratando do assunto. A personagem cresceu nos últimos capítulos, tem mais falas e mais destaque na trama, entretanto continua tão rasa como quando começou.

Para quem não acompanha a novela, Nicole sofre de um câncer terminal (que eu não consegui descobrir qual é vendo a novela, precisei fazer uma pesquisa na internet para informar vocês), um linfoma. O problema é que só se fala do cabelo (e do dinheiro) da moça. Por mais que as pessoas sofram com a perda do cabelo durante a quimioterapia, muita outras coisas estão em jogo: a doença em si, como e porque se desenvolve, como se prevenir, como é realmente o tratamento, efeitos colaterais, reações emocionais... Quem tem câncer ou convive com alguém que tenha entra em universo paralelo totalmente desconhecido para os leigos e é um absurdo que o assunto seja tratado de maneira tão reducionista.



Bem, se Walcyr Carrasco queria tanto colocar os lindos cabelos de Mariana Ruy Barbosa em foco, que fizesse isso ao menos de maneira mais humana e realista.

1- Os cabelos caem muito, muito, de maneira que é inevitável cortar as madeixas, não é bem uma questão de escolha, é praticamente necessário. Eu demorei a raspar os meus e o couro cabeludo chegou a doer.

2- A cama fica coberta de cabelo, a roupa fica cheia de fios, se você passar a mão pelos cabelos com certeza vai ficar com eles nas mãos.

3- Então, é impossível fazer tranças, coques, etc. (Já a personagem apareceu com vários penteados para disfarçar as falhas, o que na vida real seria impossível, simplesmente porque ela ficaria careca!)

4- Tá bom ou quer mais? Que tal unhas quebradiças, inchaço, vômitos, prisão de ventre... Um pouquinho de verossimilhança não faria mal, não é mesmo?

Qualquer que fosse a escolha do enfoque a ser dado, uma vez tratado com o cuidado que o tema merece, o autor estaria prestando um serviço aos telespectadores. Da maneira como está sendo feito, é um desfavor à população e um desrespeito aos que têm a doença!

terça-feira, 16 de julho de 2013

De volta à vida

Parece que finalmente a tormenta passou! A quimioterapia acabou, a cirurgia de reconstrução foi um sucesso, retornei ao trabalho (quero dizer, comecei de fato) e me instalei com o maridão em um apzinho liiiiindooooooo!

As coisas estão indo tão bem que até consegui me controlar durante a cintilografia óssea! kkkkk Pra quem não sabe, a cintilografia exige que o paciente fique imóvel enquanto o aparelho faz uma varredura por todo o corpo e isso dura hoooooras! (horas emocionais, claro, porque na verdade são apenas alguns minutos). Eu tenho uma certa claustrofobia com aquele aparelho e tento me controlar, mas sempre acabo dando um chilique de pelancas. Choro compulsivamente, entro em desespero, grito para me soltarem (eles amarram nossos braços), um horror! Mas dessa vez foi diferente! Fiz o exame de primeira, fiquei tensa, angustiada, mas consegui me controlar direitinho!

Ah, o mais importante: o resultado do exame foi bem satisfatório! Menos dois pontos. E, ao contrário do trivial, na cintilografia, quanto menos pontos, melhor! No exame que detectou a doença óssea, foram registrados 7 pontos de metástase; no segundo,  5 pontos; e agora 3 pontos!

Minha onco disse que eu estou ótima e que as perspectivas são as melhores possíveis. Hoje eu me trato com o famoso tamoxifeno e tenho reagido muito bem a ele!