quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Sonhando 2013, sonhando sempre


Bisbilhotando coisas que as pessoas postam no FB, achei essa foto, que me fez lembrar dos meus sonhos, meus delírios, chamem como preferir. Sempre achei que me desapeguei mais do que a maioria, que arrisquei mais. Larguei um emprego público, casei com pouco mais de um ano de relacionamento (lembrem-se, no meio desse prazo tem o tempo pros proclames!), me mudei para outro país sem lenço e com documento... 

Depois da doença, comecei a achar que me arrisquei pouco, que no fundo não me desapeguei da minha dependência a falsa sensação pequeno-burguesa de segurança, de ter uma casa, dois filhos e uma aposentadoria privada. Uma vida de propaganda de margarina. Curtia as mudanças, mas sofria com instabilidade. "Ah, meu Deus, e o que vai ser da minha velhice nessa vida errante, nessa profissão de comunicólogo mal-paga (quando era paga)". Aí, cai um raio (ou sobe um raio, vai saber...) que diz " Quem falou que você vai ficar velhinha, sua presunçosa?" Então a gente começa a pensar em tudo que deixou para fazer depois de ter a tão sonhada estabilidade, mas que nem saber de verdade porque deixou pra depois.

Esse "guest bus" me trouxe de volta a lembrança do sonho remoto que eu tinha de comprar um furgão e viajar a costa brasileira, sonho que foi por água abaixo, porque o Brasil é violento, as estradas são terríveis, tudo é exorbitantemente caro. Morando fora a gente vê que existem outras verdades, que muito do que parece longe da nossa realidade (para o bem ou para o mal) é possível até sem grandes esforços.

Em Portugal as estradas são fantásticas, adquirir um veículo é barato, os postos de gasolina têm ótimos serviços e os campings são super-bem-estruturados especialmente para esse tipo de aventureiro. Uma vez, passando em frente a um camping, vi uma família com seu furgão aberto, uma lona sendo feita de varanda e um churrasquinho. Sem bagunça, bem "a la europeia". "Que delícia!", pensei, "Ainda vou ter um desses!". Imagina, viajar a zona do euro na primavera-verão, vendo as paisagens mudarem, praias portuguesas, castelos franceses, vaquinhas holandesas...

Sabe o que essas imagens me fazem pensar? Quem chutou em "tudo que deixei de fazer" está errado! Mesmo com as milhares de limitações que a doença me trouxe, só penso em tudo que ainda posso fazer e que vou fazer correndo! Porque, mesmo pra quem acredita em outras vidas, essa trip é única e não estou dispensando nem o amendoinzinho que a cia aérea dá na classe econômica. Quero tudo de que tenho direito! E quero o quanto antes!

Para vocês deixo o desejo de que se desapeguem, que curtam a vida. Não vivam a vida como os outros esperam de vocês. Não desperdicem oportunidades. Corram atrás dos seus devaneios juvenis enquanto se sentem jovens. Arrisquem! Ousem! Vivam!

Feliz Natal! Feliz Ano Novo!
(antes do final do ano, entre uma aventura e outra - ui - ainda apareço por aqui, se der...)

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